Dorival Júnior começa a reconstruir o São Paulo pelo setor defensivo e tem uma amostra, após cinco jogos, da evolução do time. Isso se confirmou no último domingo, quando o Tricolor venceu o Internacional por 2 a 0, no Morumbi, e obteve a segunda vitória no Brasileirão.
Arboleda e Beraldo saíram como destaques, especialmente nos duelos individuais. Dorival seguiu Rogério Ceni e consolidou a dupla como titular da defesa. Os dois estão invictos depois de seis jogos de parceria e ainda não sofreram gols.
A consolidação da dupla vem como um dos pontos de início do trabalho de Dorival Júnior. São três partidas do equatoriano e do jovem criado em Cotia juntos no centro da defesa do treinador são-paulino.
Em todas elas, o Tricolor saiu vitorioso do gramado. Antes do duelo contra o Inter, Arboleda e Beraldo começaram jogando diante do Ituano (1 a 0), pela Copa do Brasil, e do América-MG (3 a 0), pelo Brasileirão.
Além da dupla, Dorival começa a apresentar Rafinha como titular da posição na ausência de Igor Vinícius. O veterano e capitão do time também começou três dos cinco jogos com o treinador que assumiu o clube há pouco mais de duas semanas.
Rafinha é peça importante no trabalho de construção de jogo, participando ativamente do primeiro passe e costumeiramente é quem tira o São Paulo dos momentos de pressão. Contra o Ituano, em jogo de mata-mata, teve desempenho destacado. Diante do Inter, o camisa 13 foi novamente seguro.
O trabalho defensivo, entretanto, é estendido a todo o elenco, como o treinador enalteceu depois do resultado positivo contra o Inter. Os elogios são direcionados para o coletivo, apesar do crescimento individual dos três jogadores citados.
– É um sistema, e nossa marcação começa com os dois homens de frente necessariamente. Quando isso não acontece, os dois homens de zaga ficarão expostos. Isso aconteceu no meio de semana também (Tolima), e tivemos só bolas alçadas na área – disse o treinador.
– Não demos tantas oportunidades, foram raras as trocas de passes. É um trabalho coletivo, não adianta ter uma excelente dupla de zaga se não estiver protegido pelo seu meio-campo. Mesmo nos momentos mais problemáticos, ainda assim estávamos organizados e não sofremos quanto imaginávamos – acrescentou.
Gabi Neves surge como “8” ideal
No setor de meio-campo, Dorival começa a consolidar uma dupla de volantes formada por Pablo Maia e Gabriel Neves.
O primeiro anotou um golaço, enquanto o segundo executou a função de camisa “8” em bom nível (mais uma vez) e larga na frente na disputa por um lugar no time.
Gabriel Neves teve pouco espaço com Rogério Ceni nesta temporada, mas com Dorival vem ganhando minutos e uma vaga entre os 11. Nos cinco jogos com o novo treinador, o uruguaio começou jogando três, mesmo com tempo de jogo controlado por questões físicas.
–Tudo é questão de tempo. Ele está readquirindo a melhor condição, assim como a maioria dos jogadores. Ele também está começando a entender o que queremos, como todo o grupo. Mas, em relação ao primeiro dia, estou muito satisfeito, porque estamos tendo respostas – declarou o treinador são-paulino.
O meio-campista uruguaio teve bons momentos na temporada passada, mas perdeu o espaço entre a formação titular com o acúmulo de estrangeiros em 2023. Com Ceni, Gabriel Neves havia entrado somente em três oportunidades na atual temporada,
Ou seja, em apenas duas semanas de trabalho, Dorival utilizou mais o meio-campista do que Rogério Ceni nos primeiros meses de temporada. Difícil imaginar o meio-campo do São Paulo, a partir dos primeiros momentos da era Dorival, sem o camisa 20.
Tratado como xodó por parte dos são-paulinos, Gabriel Neves pode, enfim, se consolidar como um nome importante dentro de campo. A Era Dorival começa gerando uma nova época para o uruguaio no clube. O Tricolor volta a campo na quinta-feira, contra o Fortaleza, fora de casa.