O Atlético-MG quebrou uma sequência ruim com uma vitória diante do Athletico-PR, pela terceira rodada do Brasileiro. O placar de 2 a 1 no Independência foi construído em uma evolução coletiva. Alívio e clima mais ameno para Eduardo Coudet. E mais uma noite de brilhantismo na conta de Hulk.
O técnico argentino brincou na coletiva de imprensa, quando perguntado sobre o artilheiro: "A cada gol, ele me ganha um vinho". São 15 garrafas da adega de Chacho. No Horto, Hulk tem estatística poderosa em 2023 - marcou em todos os jogos, com 10 gols em 7 partidas.
É com essa máquina que o Atlético irá enfrentar o Alianza Lima, em partida de sobrevivência no grupo G da Copa Libertadores, na quarta-feira, outra vez no Independência. Mas com um adendo importante. Não foi só a qualidade de Hulk que pavimentou os três pontos. O time de Chacho jogou bem, principalmente no primeiro tempo.
No rodízio de jogadores do time titular, Coudet fez seis modificações em relação ao time que empatou com o Brasil de Pelotas. E levou a campo um meio de campo inspirado. Edenilson fez a melhor partida dele pelo Atlético. Se Paulinho tivesse com o pé na forma - um alerta já velho para o camisa 10 -, o volante teria saído de campo com três assistências.
Mas só conseguiu ser garçom no primeiro gol de Hulk. Passe rasteiro e rápido de Hyoran (outro destaque) para Edenilson tocar de primeira e deixar o artilheiro livre para um chute forte no cantinho. O goleiro Everson praticamente não trabalhou na etapa inicial.
O Athletico-PR, entretanto, voltou para o segundo tempo melhor armado e com consistência nas jogadas aéreas. David Terans quase fez um belo gol, mas o goleiro alvinegro saltou no alto para uma defesa de pura plasticidade. Outro destaque defensivo do Galo foi o lateral Rubens. Certeiro nos botes, principalmente perto da área, e agilidade no afastamento do perigo.
O segundo gol do Atlético foi de puro contra-ataque após o Furacão ficar mal armado em busca do gol, já com Alex Santana expulso. Battaglia saltou para bloquear um lançamento. Então, o Independência se levantou para assistir a Hulk dominar o rebote, e partir para cima de Thiago Heleno. Categoria pura.
Driblou o zagueiro, primeiro no corpo, depois em rápida mudança de direção da bola. Usou o corpo para segurar a cobertura, e, de canhota, num toque sutil, venceu Bento pela segunda vez na partida. O fim do jogo foi de sufoco. Battaglia vacilou no meio de campo, e perdeu a bola. Vitor Roque, um carrasco do Galo, fez belo drible em Lemos para finalizar rasteiro, "matando" Everson, num estilo bem parecido do gol marcado na Arena da Baixada pela Libertadores.
O Atlético conseguiu segurar a vitória, merecida, após uma das melhores atuações do time sob o comando de Eduardo Coudet. E nem precisou massacrar nas finalizações (foram 17), ainda que algumas chances claras foram desperdiçadas.
- Fizemos um grande primeiro tempo. O placar ficou pouco pelo volume de jogo (...) Saio contente, não merecíamos tomar o gol, estávamos bem. Em linhas gerais: coisas para corrigir, mas muito a ser repetido - disse Coudet.