Qual o custo de sonhar? Enquanto muitos fazem projeções e superstições sobre um futuro ainda distante, o Botafogo segue jogando futebol. E foi assim mais uma vez na vitória por 2 a 0 sobre o América-MG, neste domingo, pela 8ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Alvinegro, que dominou de ponta a ponta, é mais líder do que nunca.
A equipe comandada por Luís Castro abriu cinco pontos de vantagem para o Palmeiras, vice-líder. Ainda está no começo do campeonato, é claro, mas o Alvinegro já vive a segunda melhor campanha da história do Brasileirão após oito rodadas disputadas.
Não demorou muito para o time quebrar a defesa do América-MG. Aos três minutos de jogo, com mais de 60 segundos de posse, o time rodou a bola até Di Plácido cruzar e Júnior Santos se antecipar à defesa para marcar de cabeça. A vantagem no marcador ditou o ritmo do jogo de um Botafogo que continuou em cima, controlou a bola e teve mais oportunidades de marcar.
O time criava fácil para chegar aos lados do campo. Com Eduardo como falso 9, o camisa 33 recuava naturalmente e gerava vantagem no meio-campo. Com quatro jogadores no setor, o Botafogo sempre levava vantagem sobre o América e conseguia criar uma situação para encontrar algum jogador com liberdade pelas laterais.
A equipe mudou de característica. Com Tiquinho, a criação passa pelo pivô do camisa 9 e a capacidade do atacante em conseguir segurar a posse para o avanço dos outros companheiros no setor ofensivo.
Com Eduardo, uma mudança estrutural - até porque o camisa 33 não tem a característica física de Tiquinho - teve que ser feita. A mobilidade entrou em cena, com Lucas Fernandes também aparecendo com frequência no último terço. Nos corredores, Júnior Santos-Di Plácido na direita e Luís Henrique-Marçal na esquerda deram a sustentação para a dupla do meio.
O segundo gol nasce em passe de Adryelson no círculo central, tem um toque de calcanhar de Eduardo e termina em finalização de Luís Henrique. Três toques, diferentemente do primeiro tento, com praticamente um minuto de posse. É um Botafogo que tem, dentro do próprio jogo, diferentes formas de criar.
- Definir um estilo de jogo, de posse ou ataque rápido, são dois mundos que existem dentro de um mesmo jogo. E nós, felizmente, conseguimos coabitar muito bem dentro desses dois mundos. Mais circulação de bola. Não precisamos ter muito a bola para chegar ao gol, mas quando temos, queremos chegar à finalização e provocar o máximo de agressão ao adversário. É fácil não é tão complexo - analisou Luís Castro após a partida.
Se existe um limite para sonhar, o Botafogo segue caminhando para longe dele. O time joga futebol de gente grande e vai, semana após semana, se confirmando no topo.