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Giuliano vira líder em assistências no Corinthians e admite oscilação

Meia afirma que falta de sequência o prejudicou, mas exime Vítor Pereira de culpa
Foto: Ricardo Moreira/Getty ImagesGiuliano em ação no clássico entre Corinthians e São Paulo
Giuliano em ação no clássico entre Corinthians e São Paulo

O meia Giuliano aproveitou nova oportunidade como titular do Corinthians e foi um dos destaques da equipe no empate por 1 a 1 com o São Paulo, neste domingo, no Morumbi. Autor do passe para o gol de Yuri Alberto, o camisa 11 tornou-se o líder em assistências do Timão em 2022, com sete passes para gols, à frente de Fagner e Renato Augusto, que têm seis cada.

Após o Majestoso, Giuliano fez uma autocrítica de seu desempenho na temporada, admitiu oscilações, mas também se defendeu:

– Eu não deixei de treinar nenhum dia, não deixei de me esforçar, lutei contra a má fase, lutei contra as coisas que estavam dando errado e agora me sinto bem. Sei que tenho muitas condições de ajudar, sei que o torcedor acredita no meu futebol, me cobram com razão. Estou vestindo uma camisa que representa muita gente, uma camisa muito grande, então sei da minha responsabilidade. O torcedor pode me cobrar, mas sei também que vão me apoiar e entender que quando entro em campo eu deixo o meu máximo. Quando acontece, perfeito. Quando não acontece, também está tudo bem, faz parte do jogo, a gente não consegue estar bem o tempo todo.

Questionado se concordava que teve uma queda de rendimento em relação a 2021, primeiro ano no Corinthians, Giuliano comentou:

– Na minha visão, é simples de avaliar: a sequência de jogos que eu tive no ano passado não é a mesma que tive nesse ano. Você vai perdendo ritmo na medida em que não joga todos os jogos, não joga 90 minutos. Como você não tem uma semana de trabalho, tem dois ou três dias, não consegue treinar também. Sem falar que o futebol é isso, faz parte. Tem momentos em que tudo dá certo e tem momentos em que você faz de tudo e a bola bate na canela, não acontece. É como na vida, nem tudo vai dar certo o tempo todo. Tem que continuar perseverando, tem que continuar acreditando no seu potencial e no seu trabalho, que é o que eu faço.

Porém, o jogador frisou que a avaliação não representa uma crítica às escolhas do técnico Vítor Pereira:

– Ele é o treinador, ele decide, estamos aqui para fazer nosso máximo. Às vezes, eu não tive essa sequência e faz parte, está tudo bem, é opção e preferência do treinador. Preciso dar meu melhor dentro dos minutos que tenho. Isso faz parte de mim, não é uma desculpa, não estou dando desculpa, estou assumindo a responsabilidade, aceitando a decisão do treinador e trabalhando para ser cada dia melhor.

Giuliano atuou 49 vezes em 2022, sendo 28 como titular. No total, o meia tem 70 jogos e sete gols pelo Corinthians. No esquema de Vítor Pereira, Renato Augusto é o principal concorrente dele por vaga na equipe.

O Timão volta a campo na quinta-feira, às 20h, em duelo contra Fluminense, na Neo Química Arena, valendo vaga na final da Copa do Brasil. Após empate por 2 a 2 no Maracanã, a equipe que vencer avançará à decisão. Em caso de nova igualdade no placar, a classificação será resolvida nos pênaltis.

Confira abaixo outros trechos da entrevista de Giuliano:

O que fazer para oscilar menos?

– Mudar o calendário do Brasil, e a gente ter uma semana inteira para trabalhar. Nossa equipe já evoluiu nessas duas semanas cheias. Quando você tem uma semana cheia, consegue ajustar, aprimorar a parte física, descansar quem vem numa sequência muito grande, você consegue ter um equilíbrio melhor. Nossa performance melhorou, mas o resultado não acompanhou. Hoje (domingo) produzimos bastante e estamos satisfeitos, fizemos aquilo que o Vítor Pereira pediu, tivemos uma semana de bom trabalho.

Avaliação do clássico

– Na minha visão, perdemos dois (pontos). Pelo que fizemos no jogo, controlamos praticamente o jogo todo. Começamos muito bem, chegamos ao gol, depois baixamos um pouquinho, tentamos continuar pressionando, e o São Paulo jogava muito em bola longa, com os dois atacantes que seguravam muito bem. Foi assim que eles chegaram ao gol de empate. Afora isso, eles não criaram nada na primeira parte. O segundo tempo foi todo dominado pela nossa equipe, com posse de bola, criando muitas chances. É difícil num clássico você criar três chances claras. Eu lembro de três claras que tínhamos chance de finalizar melhor e ter um resultado melhor. Pela situação do jogo e pelo que nós produzimos, achei o resultado injusto. Mas também tem que tirar o lado positivo. Jogar aqui é difícil, somamos um ponto fora de casa.

Copa do Brasil

– A ideia contra o Fluminense é classificar. Se a gente puder repetir a performance, o desempenho de hoje (domingo), criar como foi hoje, vai ser melhor, fantástico. Mas a gente tem que saber que é uma semifinal de Copa do Brasil, jogo de detalhe. Às vezes não é quem joga melhor, mas quem sabe jogar melhor a competição. Temos que ter a cabeça focada em classificar. Se a gente puder jogar bem, excelente. Se não, temos que pensar na nossa classificação.

Momento no Corinthians

– Estou muito feliz de poder estar sendo útil, ajudar a equipe como posso. Hoje iniciei o jogo, fiz uma jogada bonita na qual saiu o gol do Yuri. É claro que na temporada você oscila, tem altos e baixos, o futebol é como a vida, não dá para estar bem o tempo todo. O mais importante é saber dessas estações que se passa no futebol e não desistir. O vencedor é aquele que não desiste. Perseverei todo esse tempo. Sei que tive um momento conturbado, um momento não tão bem tecnicamente. Mas hoje estou feliz, tive uma boa participação no jogo, dei o meu máximo, fiz o meu melhor e pude contribuir. Espero poder ajudar ainda mais nos próximos jogos.