A atuação não foi boa, mas o suficiente na dedicação tática. O Grêmio compensou na entrega e precisou passar por cima das dificuldades de logística e lesões para reestrear com vitória na elite do Brasileirão, mesmo sem boa atuação no 1 a 0 sobre o Santos, na noite deste domingo, no Alfredo Jaconi.
Foram 493 dias longe da Série A do Brasileiro, mas o Tricolor voltou e segue embalado com a vitória logo na primeira rodada. Longe de ser fácil. O time comandado por Renato superou cansaço, viagem longa e desfalques importantes que estão no departamento médico.
Isso tudo fez o Grêmio jogar pragmaticamente, simplesmente pelo resultado. Estrear com os três pontos era determinante antes de uma semana para descansar. O rendimento ficou novamente de lado, como já ocorreu na Copa do Brasil.
O Grêmio entrou em campo com duas modificações em relação ao time que encarou o ABC, na última quinta-feira. Zinho entrou no lugar de Lucas Silva e Suárez retornou na vaga de Bruno Uvini. Bitello foi recuado para a função de volante.
Nove jogadores não estiveram disponíveis por estarem no departamento médico. Carballo, por exemplo, era esperado para essa partida, mas apresentou uma pubalgia e ficou fora novamente.
Além disso, apareceram outros problemas para Renato durante a partida. Villasanti precisou sair durante o intervalo após sofrer um choque de cabeça com Kannemann no fim da primeira etapa. No seu lugar entrou Darlan.
Outro que também teve que pedir para sair após o primeiro tempo foi João Pedro. O lateral, que fez o gol da vitória em chute de fora da área, sentiu o desgaste e a comissão optou por preservá-lo. O jovem Thomas Luciano também entrou no intervalo e teve a missão de marcar Soteldo.
- Dei os parabéns para o grupo, porque taticamente houve uma entrega grande. Muitas vezes não tem o entrosamento necessário, não tem tempo para acertar, treinar, mas valeu a garra, a vontade dos jogadores, houve entrega grande. Sempre falo para estarem preparados - elogiou o técnico.
E esses desgastes têm explicação. Três dias antes da estreia no Brasileirão, o Grêmio enfrentou o ABC, pelo jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil, em Natal, no Rio Grande do Norte.
Na sexta, a delegação retornou para Porto Alegre em voo fretado e chegou no fim da tarde. No sábado de manhã, o grupo se apresentou no CT Luiz Carvalho e de tarde embarcou em uma viagem de ônibus para Caxias do Sul, onde mandou o jogo contra o Santos por conta de punição por briga de gremistas no ano passado.
O ritmo intenso de viagens e jogos fez alguns jogadores sentirem. Até por isso, a semana livre de jogos está sendo celebrada pela comissão para descansar os atletas e tentar recuperar quem está no departamento médico.
Em campo, coube ao Grêmio colocar em prática algumas orientações táticas de Renato. O jogo estava equilibrado, com chances para os dois lados, mas foi o Tricolor que abriu 1 a 0 no fim do primeiro tempo.
No restante da partida, vibrou na base da superação para conter o volume do Santos. Mas tudo poderia ter sido mais tranquilo. Em contra-ataque puxado por Bitello, Cristaldo sofreu o pênalti - assinalado com auxílio do VAR. Mas Suárez isolou a cobrança. Pelo Grêmio, são cinco penalidades batidas e três erros.
As chances criadas pelo Tricolor foram um pouco diferente do apresentado na temporada. As oportunidades foram em escapadas e não tanto ao estilo de posse de bola e construção de jogadas. O que evidencia que a atuação não foi boa, mas o suficiente para manter o resultado.