A vitória doPalmeirassobre o São Paulopor 2 a 0, neste domingo, no Morumbi, pela décima rodada do Campeonato Brasileiro, ilustra muito o poder de decisão e o quanto é difícil tentar bater de frente com o time comandado por Abel Ferreira.
O São Paulo fez o que qualquer time mandante faria em um clássico: pressão inicial empurrado pelos seus quase 60 mil torcedores presentes no Morumbi. Do pênalti marcado e anulado posteriormente aos raros chutes que pouco incomodaram Weverton, o Palmeiras foi mostrando uma de suas características quase escondidas na tradicional imposição que faz na maioria dos jogos.
Quase que sorrateiramente, o Palmeiras foi anulando as ações do São Paulo, que teve média de 60% de posse de bola, mas não conseguiu levar perigo ao gol do rival no primeiro tempo. Logo aos dez minutos de jogo, o primeiro sinal do quanto é difícil enfrentar o Palmeiras: pressão na saída, bote certo e um golaço para abrir o placar. Gabriel Menino e Rony pressionaram Arboleda, e a bola ficou com o volante, que deu belo drible em Gabriel Neves e acertou o ângulo de Rafael.
Em vantagem no placar, o Palmeiras seguiu controlando o jogo mesmo sem a bola nos pés. Com o passar do tempo, a pressão que era desfavorável virou mais um ponto a favor, gerando desconforto nos torcedores rivais em cada lance que dava errado para o São Paulo.
O segundo tempo mostrou outra importante lição quando se joga contra o Palmeiras: aproveite as chances criadas ou isso pode custar a vitória. Mais efetivo e presente na área, o São Paulo obrigou Weverton a trabalhar mais do que na etapa inicial. No entanto, a falta de eficácia nas finalizações cobrou um preço alto para os donos da casa.
Mesmo tirando de campo Dudu e Rony, dois dos seus principais jogadores e comandantes do ataque, o Palmeiras aniquilou o jogo em um contra-ataque e aproveitou mais uma falha individual do São Paulo. Breno Lopes tocou para Endrick, que não sentiu a pressão e garantiu a vitória fora de casa.
É importante destacar que o Palmeiras suportou a pressão do São Paulo com uma defesa formada por jogadores que iniciaram a temporada como reservas. Com Gustavo Gómez suspenso e Murilo lesionado, Luan e o jovem Naves cumpriram bem a missão de segurar o bom momento de Luciano, Calleri e cia. Abel Ferreira ainda terminou a partida com Jailson jogando improvisado na defesa.
As lições que o São Paulo aprendeu e viu de perto neste clássico servem também para os rivais do Palmeiras na sequência da temporada. Nos últimos 33 jogos válidos pelo Brasileirão, o time comandado por Abel Ferreira foi derrotado apenas uma vez, na última rodada do ano passado com um time reserva e o título já garantido.