A quinta-feira marca a primeira semana de Eduardo Coudetno retorno aoInter. O tempo ainda é curto, mas algumas mudanças nos treinos e na rotina do CT Parque Gigante são perceptíveis. Além dos decibéis nas alturas, com os gritos de incentivo, o trabalho chama atenção pela gestão compartilhada entre a comissão técnica e na relação de exigência, mas também descontraída, com os jogadores.
Coudet tem por hábito fechar os treinamentos. Mesmo no trabalho de reapresentação, no qual os titulares aprimoram a parte física, o argentino permite o acesso da imprensa apenas no aquecimento.
O que não impede de já apresentar a forma de trabalhar. O auxiliar Lucho González, o preparador físico Octavio Manera e o auxiliar da preparação, Guido Cretari, dividem o protagonismo nos exercícios. O quarteto discute sobre as movimentações e organiza os trabalhos. Munidos de inúmeras bolas, orientam e promovem o dinamismo, com troca constante nas estações.
“Vamos, vamos, vamos”, “dá-lhe, dá-lhe”, “pressiona”, “pega a bola”, “boa, isso”. O portunhol dá o tom nos mais distintos gritos, embora Lucho seja fluente no português, fruto dos tempos de Porto, Athletico-PR e Ceará, este como treinador. Chacho não fica atrás. Irrequieto, caminha de um lado para outro, se abaixa para observar a movimentação e também entra na onda dos berros.
A bola está sempre presente. Mesmo no aquecimento, o deslocamento ocorre com o passe ao parceiro. Exercícios de um ou dois toques também estão presentes, o que serve como trunfo para superar a marcação ou mesmo avançar. O trabalho é fundamental na manutenção da posse e a troca de passes, conceitos de jogo do treinador.
Os hermanos repetem um ritual com os subordinados. Quando os colorados entram no gramado, a comissão os aguarda e cumprimenta um a um. Na manhã de quarta, os gringos abraçaram carinhosamente Luiz Adriano. Foi a primeira atividade do centroavante desde a última quinta, quando recebeu, durante o treino, a informação da morte da mãe.
No espírito da interação, a comissão também já promove brincadeiras. Até como forma de descontração antes de passar as orientações, os argentinos organizam um “corredor polonês”. Os jogadores ficam perfilados enquanto um, dois ou três atletas passam e levam petelecos, para a risada de todos. Na quinta, Vitão foi a “vítima”.
Não se observa exclusão com os membros da comissão permanente. O auxiliar Cauan de Almeida, o preparador Flávio de Oliveira, o auxiliar João Goulart, o preparador de goleiros Leonardo Martins e seu auxiliar, Eduardo Melgarejo, estão inseridos no processo e participam de tudo.
Na privacidade, Coudet tratou de otimizar o tempo e já executou a mudança no gol logo no primeiro exercício. John, até então titular e destaque no período com Mano Menezes, perdeu a posição para Sergio Rochet. Para o duelo contra o Cuiabá, Pedro Henrique deve substituir Valencia.
Algumas situações já apareceram no 0 a 0 com o Bragantino. O técnico aposta na recuperação da bola assim que ela é perdida. De preferência, sempre perto do gol para pegar o rival desorganizado e com mais espaço para a finalização.
O argentino buscará estreitar ainda mais a relação com o grupo e fazê-los assimilar as ideias. No sábado, o Inter buscará a primeira vitória sob o comando de Coudet. A partida com o Cuiabá, válida pela 17ª rodada do Brasileirão, ocorrerá às 16h no Beira-Rio.