Se haviam dúvidas se a posição do Botafogo no Brasileirão era justa, estas foram encerradas neste domingo. A vitória por 1 a 0 sobre o Palmeiras no Allianz Parque mostrou, mais uma vez, um time que sabe o que faz dentro de campo e, mais do que nunca, que se coloca como um dos candidatos ao título do Campeonato Brasileiro.
Mais do que o resultado - que deixou o Alvinegro com 30 pontos no topo da tabela, com sete de diferença para o Grêmio e oito para Flamengo e Palmeiras, que fecham o G-4 -, a equipe comandada por Luís Castro mereceu vencer. Da postura à execução, os jogadores foram a São Paulo com o pensamento de que era possível vencer. E foi.
O Palmeiras teve mais a bola nos primeiros 45 minutos, mas isso nem sempre representou que o rival imprimiu um amasso no sentido de criar jogadas e sufocar o Botafogo. Muitas das jogadas do Alviverde eram cruzamentos, quase sempre cortados por Adryelson - um dos melhores jogadores da partida.
É bem verdade que o Alvinegro teve muita dificuldade de se criar no ataque no primeiro tempo. A bola praticamente só ficava com o Palmeiras e o clube carioca não conseguia achar um contra-ataque com a defesa palmeirense desmontada. Na única chance perto do gol, Tiquinho Soares foi camisa 9 nato, deixou três marcadores para trás com um movimento e balançou as redes.
O comportamento do Botafogo era, de forma geral, se preocupar com os movimentos do Palmeiras e tentar parar os laterais de Abel Ferreira - até por isso, Júnior Santos e Victor Sá fizeram jogo tímido no campo ofensivo.
Atacar é a melhor defesa
Luís Castro surpreendeu no intervalo colocando Matías Segovia no lugar de Júnior Santos. Afinal de contas, a principal deficiência do paraguaio é justamente a parte física e a recomposição de campo, justamente o motivo que o camisa 37 se fazia presente nos embates para evitar que Piquerez se criasse no ataque.
Mas o treinador português inverteu a ordem: foi Piquerez que, depois da alteração, ficou mais preso na defesa para evitar que Matías Segovia aparecesse em velocidade em um eventual contra-ataque. O Palmeiras, assim, perdia uma fonte de cruzamentos pelo lado esquerdo.
Sobrava apenas Mayke, no flanco oposto, que errou todas as tentativas de bolas alçadas na área que tentou. Ao pensar no ataque, Luís Castro acabou também beneficiando a defesa.
Com exceção do pênalti perdido por Raphael Veiga, cometido em falta infantil e evitável de Di Plácido, o Botafogo sofreu menos no segundo tempo. Sem conseguir se criar pelo meio e encaixotado na marcação alvinegra, o Palmeiras exagerou nas bolas levantadas na área - foram 49 ao todo -, quase todas defendidas por Lucas Perri ou rebatidas pela dupla Adryelson e Victor Cuesta.
Seja qual for o discurso adotado, o Botafogo precisa ser colocado como postulante ao título do Brasileirão em 2023. Essa é a realidade desenhada até o momento. O time joga e se comporta como tal e a tabela não deixa dúvidas: são dez vitórias em 12 jogos.
O próximo compromisso do Botafogo é contra o Magallanes, na próxima quinta-feira, às 21h, no Estádio Nilton Santos. A equipe busca a classificação direta às oitavas de final da Copa Sul-Americana.