A vitória sobre o Botafogoe a data Fifa deram ao Flamengo alguns dias de trégua e calmaria. A pressão sobre o técnico Jorge Sampaoli diminuiu, mas a paz é considerada momentânea. Segundo informações, o ambiente entre o treinador e os jogadores segue ruim. A diretoria tem noção dos problemas de relacionamento, mas descarta qualquer troca entre os jogos contra o São Paulo.
O movimento de estancar a crise já vinha de algumas semanas, com direito a participação direta do presidente Rodolfo Landim bancando a sequência do treinador argentino. Ficou claro para o mandatário que o departamento de futebol como um todo reprova os métodos de Sampaoli, mas há uma mobilização em função da possibilidade de conquista de um título importante.
Hoje, há quase unanimidade internamente em dizer que os jogadores não compraram as ideias do comandante. E que elas são vistas como confusas, na essência e na forma de comunicar. Após a disputa da final da Copa do Brasil, a diretoria vai avaliar a sequência do trabalho até o fim do Brasileiro, e decidir se troca tudo outra vez no começo de 2024.
Vale lembrar que para isso será necessário pagar mais uma multa milionária a um técnico. Sampaoli só tem o seu vínculo chegando ao fim em dezembro do próximo ano. O desejo nos bastidores do Flamengo é de que a reformulação no elenco aconteça de forma prioritária em relação à possível saída do argentino, que tem influenciado na formação do plantel. Sampaoli foi figura importante, por exemplo, para descartar nomes como Vidal e Marinho, além tirar de cena outras peças como Rodrigo Caio, Pablo e, aos poucos, David Luiz e Filipe Luis.
Em caso de título da Copa do Brasil, a continuidade até o fim do Brasileiro é vista como bem provável. A demissão hoje só ocorreria se o cenário de crise entre técnico e elenco se agravasse mais. Ou por ocasião de uma atuação longe do ideal nas decisões que vêm pela frente. Até lá, o departamento de futebol está focado não apenas no título, mas sobretudo nas resoluções que precisarão seguir a partir dele ou não. Sobretudo as renovações pendentes de nomes como Bruno Henrique e Éverton Ribeiro. E eventuais dispensas de jogadores fora dos planos.