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Com gol anulado, França perde para a Tunísia

Mesmo com o placar de 1 a 0, Tunísia está fora da copa
Foto: Miguel Medina/ AFPKhazri marcou o gol da vitória da Tunísia em cima da França.
Khazri marcou o gol da vitória da Tunísia em cima da França.

A noite desta quarta-feira (30) foi histórica para os tunisianos. Em campo, conseguiram o que para muitos era impossível: derrotaram a atual campeã mundial França por 1 a 0, no Estádio Cidade da Educação, em Doha, pela terceira rodada do Grupo D da Copa do Mundo do Catar. E o duelo teve requintes de drama. No último minuto, Griezmann empatou, mas o lance foi invalidado, depois de muita demora, por impedimento indicado pelo VAR. O gol que valeu, para a Tunísia, foi de Khazri.
 

Apesar da heróica vitória, quis o destino que a Tunísia ficasse fora das oitavas de final. Isso porque a Austrália bateu a Dinamarca no outro jogo da chave e se juntou aos franceses como os classificados ao mata-mata. Ao apito final, as arquibancadas - lotadas de tunisianos - aplaudiram o time pelo resultado histórico.

Já classificada, a França mandou um time totalmente desconfigurado a campo e não apresentou nem de longe o futebol das duas primeiras rodadas. O resultado acabou com uma série de nove jogos seguidos sem derrota dos franceses no Mundial.

Apesar do tropeço, a França termina a fase de grupos na liderança, com seis pontos - mesma pontuação da segunda colocada Austrália, que venceu a Dinamarca por 1 a 0 nesta quarta. Tunisianos terminam em terceiro, com quatro pontos, enquanto os dinamarqueses amargam a lanterna, com um.

Na próxima fase, a França vai enfrentar o segundo colocado do Grupo C, que pode ser Polônia, Arábia Saudita, Argentina ou México. Já a Austrália enfrenta o líder do mesmo Grupo C: Polônia, Arábia Saudita ou Argentina.

Ato político

A partida também ficou marcada por um ato político. Durante o segundo tempo, um homem invadiu o gramado com uma bandeira da Palestina. Correu e fez duas acrobacias no ar até ser parado pelos seguranças. Nas arquibancadas, apoio ao gesto: aplausos e gritos de "Palestina, Palestina".
 

O jogo

Já classificada, a França foi a campo com uma formação quase completamente reserva. Dos que iniciaram o jogo contra a Tunísia, apenas os zagueiros Varane e Konaté e o meio-campista Tchouaméni tinham sido titulares em ao menos uma partida da Copa do Mundo.
 

A escalação bastante modificada fez a atual campeã mundial perder entrosamento e força ofensiva. Por outro lado, a Tunísia jogava a sobrevivência no Mundial. Precisava vencer, torcer para a Austrália não vencer a Dinamarca no outro jogo e ainda decidir a parada nos critérios de desempate.

Diante desse contexto, os tunisianos foram ao ataque. Marcaram pressão e chegaram a abrir o placar com o zagueiro Ghandri, logo aos cinco minutos, mas o lance foi invalidado por impedimento. Aos poucos, a França equilibrou o jogo e passou a ter a bola por mais tempo, mas sem volume ofensivo.

A insistência da Tunísia deu resultado no segundo tempo. Khazri costurou a zaga francesa e, desequilibrado, tocou de canhota na saída do goleiro Mandada. A bola foi lentamente para o fundo da rede: 1 a 0 para explosão a imensa maioria tunisiana nas arquibancadas do Estádio Cidade da Educação.

O gol fez o técnico Didier Deschamps mandar a campo parte dos titulares. Entraram Saliba, Rabiot, Dembélé, Griezmann e a maior estrela: Mbappé. A França, então, tentou pressionar o adversário, mas continuava com muitas dificuldades.

No meio do segundo tempo, um protesto interrompeu a partida por alguns segundos: um homem invadiu o gramado com a bandeira da Palestina. Ele correu e fez duas acrobacias no ar até ser parado pelos seguranças.

Nas arquibancadas, ocupadas majoritariamente por tunisianos, torcedores balançaram bandeiras, aplaudiram o gesto e gritaram repetidamente: "Palestina, Palestina, Palestina".

Daí em diante, a França foi toda pressão. O time até conseguiu empatar o jogo com Griezzman, aos 53 minutos. Mas, depois de muito tempo, o VAR indicou revisão ao árbitro de campo, que foi ao monitor e assinalou impedimento para a festa da Tunísia.

No fim, os tunisianos mantiveram a vitória e comemoraram o resultado histórico, mas, por pouco, ficaram fora do inédito mata-mata de Copa do Mundo.