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Em jogo difícil contra Marrocos, França se classifica para final da Copa

Placar final foi de 2 a 0
Foto: ADRIAN DENNIS / AFPTheo Hernández fez, de voleio, o gol que abriu o placar no Al Bayt
Theo Hernández fez, de voleio, o gol que abriu o placar no Al Bayt

O drama francês foi grande, a coragem de Marrocos maior ainda e as duas seleções protagonizaram uma grande semifinal de Copa do Mundo nesta quarta. No fim, o alívio foi da França, que venceu por 2 a 0 e segue viva na defesa do título mundial conquistado em 2018, mas os aplausos dos mais de 68 mil torcedores no Estádio Al Bayt, em Doha, também foram para Marrocos de forma justa. Agora, a França lutará pelo tricampeonato mundial com a Argentina, no domingo.

Após Theo Hernández abrir o placar aos quatro minutos do primeiro tempo, o time de Walid Regragui tirou os Bleus da zona de conforto e esteve muito próximo do gol de empate, que não veio. Coube ao jovem Kolo Muani, um minuto após entrar em campo, selar o placar aos 34 da etapa final.

Agora, a grande decisão da Copa do Mundo, entre França e Argentina, será no domingo, às 12h. No Estádio Lusail, as seleções comandadas por Lionel Messi e Kylian Mbappé jogarão pelo Tri do Mundial. No sábado, Marrocos e Croácia disputam o terceiro lugar no Khalifa International, às 12h.

FRANÇA SUPERA O FERROLHO EM QUATRO MINUTOS

A seleção atual campeã do mundo precisou de apenas 4 minutos e 39 segundos para conseguir o que Bélgica, Croácia, Espanha e Portugal não foram capazes em jogos completos: balançar a rede do Marrocos. O lance começou com um passe de Varane para Griezmann. No erro de antecipação de El Yamiq, o camisa 7 invadiu a área e tocou para trás. Após duas finalizações travadas de Mbappé, a bola se ofereceu para Theo Hernández, que, de voleio, superou Bono: França na frente!

MARROCOS PROVA: É MAIS DO QUE A DEFESA

A necessidade de buscar o resultado deu ao time de Walid Regragui tem qualidades além de uma defesa bem postada. Com mais posse de bola ao fim do primeiro tempo, o Marrocos obrigou Lloris a fazer ótimas defesas. A primeira foi logo após o gol sofrido, aos 9, em chute de fora de Ounahi, um dos principais articuladores da seleção africana. Pela direita, Hakimi e Ziyech subiram e, juntos, deram muito trabalho para Theo Hernández. Em um desses lances, Marrocos teve escanteio, aos 43 minutos, que terminou com a bicicleta de El Yamiq na área, mas o camisa 1 da França evitou o gol.

Se foi mais ao ataque, Marrocos também deixou espaço para a equipe de Didier Deschamps fazer aquilo que mais gosta: explorar a velocidade de Mbappé e Dembélé. Antes do intervalo, os Bleus tiveram também boas chances, com uma bola na trave de Giroud, por exemplo, mas não ampliou.

FRANÇA, IRRECONHECÍVEL, É PRESSIONADA

O Marrocos voltou com Attiat-Allah aberto pela esquerda e ganhou mais uma opção, criando alternativa aos avanços de Hakimi, Boufal e Ziyech do outro lado. Assim, foram 20 minutos de pressão marroquina no Al Bayt, faltando o capricho no passe final ou um "pézinho" na área para desviar antes de Konaté, por exemplo, para chegar ao empate. Da França, poderia se esperar uma postura mais defensiva para explorar o contra-ataque, mas, diante da pressão, Deschamps mudou.

Giroud deu lugar a Marcus Thuram. Logo depois, Regragui acionou Abhouklal e Hamdallah. Na França, a entrada de Thuram deixou o ataque ainda mais móvel, mas o Marrocos seguiu em cima. A grande chance veio aos 28. Hamdallah fez o desarme próximo à área, mas hesitou quando teve a chance de finalizar e acabou marcado. Um símbolo do que faltou à seleção de Marrocos na partida.

KOLO MUANI ENTRA E PÕE A FRANÇA NA FINAL

A partir dos 25 minutos, a seleção marroquina passou a dar sinais de cansaço. Por outro lado, Didier Deschamps apostou de vez na velocidade, promovendo a entrada de Kolo Muani. Dembélé, mal na partida, foi quem saiu. E o jovem atacante precisou de apenas um toque para empurrar a bola para a rede, aos 34 minutos. A jogada foi toda construída por Thuram e Mbappé. A finalização do camisa 10 foi travada, mas ficou à feição do camisa 12 na segunda trave: 2 a 0 para a França.

'CLIMA HOSTIL' VIRA PALCO DE FESTA

Os minutos finais foram de menos intensidade, mas Marrocos voltou a ter boa oportunidade, mas as finalizações de Ounahi e Hamdallah pararam na zaga francesa. Parecia que a seleção africana estava proibida de marcar gols. De todo modo, o jogo acabou com a classificação da França para a decisão da Copa do Mundo. Com o apito final, o "clima hostil" gerado pela torcida marroquina deu lugar aos festejos. Dos franceses, pela classificação. Do outro, pelo Mundial histórico de Marrocos.