Os primeiros 25 minutos de jogo do São Paulo davam amostras de que a noite de quinta-feira em Quito, no Equador, seria desastrosa. Na altitude de 2.800 metros, a equipe de Dorival Júnior já perdia por 2 a 0 para a LDU, pelo jogo de ida das quartas de final da Copa Sul-Americana, e não mostrava forças para se recuperar.
Isso porque o Tricolor estava perdido em campo. Sem Pablo Maia, com uma virose, Dorival Júnior optou por iniciar a partida com Gabriel Neves como primeiro volante e Alisson como segundo. A escolha foi a pior possível, embora o treinador tenha defendido sua decisão e dado todos os méritos ao adversário.
O meio de campo do São Paulo ficou vulnerável e com pouca marcação. Do lado direito, Rafinha levava um baile de Jhojan Julio, enquanto os zagueiros Beraldo e Arboleda se atrapalhavam. Os primeiros 45 minutos só não foram piores graças às defesas de Rafael.
No intervalo, Dorival fez uma única mudança: tirou Gabriel Neves e colocou Luan (primeiro volante de ofício). Antes, Beraldo já havia deixado o gramado lesionado, dando lugar a Alan Franco. As duas alterações fizeram o Tricolor ter outra cara. Muito mais combativo, o time sofreu muito menos.
Mais organizado defensivamente, o meio de campo e o ataque passaram a ser mais efetivos, e as chances começaram a aparecer. E nesse momento só um nome poderia surgir para ser tão decisivo e aliviar a situação do São Paulo.
Sim, Lucas Moura.
Novamente o meia-atacante apareceu para deixar o Tricolor vivo. Aos 34 minutos do segundo tempo, ele recebeu um passe milimétrico de Luciano e chutou na saída do goleiro para diminuir. Um gol que pode definir a classificação da equipe no Morumbi.
A contratação de Lucas Moura vai se mostrando uma das melhores notícias para o São Paulo na temporada. Pouca gente duvidava da capacidade que ele tem, mas poucos talvez imaginariam que a resposta dentro de campo seria tão rápida.
Não faz nem um mês que ele assinou contrato, válido até o fim do ano, e já são três gols marcados, sendo um que definiu a classificação para a final da Copa do Brasil, em jogo contra o Corinthians. O outro foi diante do Flamengo, no Maracanã, pelo Brasileirão.
– Acho um resultado interessante o nosso gol no final deixa a gente vivo na competição. Toda vez que a gente colocou a bola no chão, triangulou a gente chegou. Esse é o nosso jogo e é o que temos que fazer no Morumbi no jogo da volta. Está tudo em aberto, mas vamos em busca da classificação – afirmou o jogador.
Lucas já mudou o patamar do São Paulo (ele está em outro patamar) e não há mais jogo perdido se o camisa 7 está em campo. A derrota por 2 a 1 acabou sendo lucro, e a equipe tem tudo para conseguir a classificação com o apoio do seu torcedor - e com Lucas em campo.
O investimento e a longa negociação para o seu retorno vão se mostrando mais do que vantajosos e lucrativos. Os números de sua contratação não foram revelados, mas a cada jogo que passa ele vai se "pagando" naturalmente.
Na próxima quinta-feira, às 19h, no Morumbi, a esperança são-paulina está acesa graças ao jogador que passou 11 anos longe para, quem sabe, reescrever um novo capítulo recheado de conquistas e mais feitos.