O São Paulo teve a pior atuação sob o comando de Dorival Júnior no empate por 0 a 0com o Tolima, na última terça-feira, pela terceira rodada da fase de grupos da Copa Sul-Americana. É preocupante a dificuldade que o treinador tem enfrentado para fazer o time evoluir, embora na entrevista ele tenha dito o contrário.
Após a classificação naCopa do Brasil, contra o Ituano, imaginou-se que a equipe tomaria um rumo diferente nas suas atuações, tão questionadas sob o comando de Rogério Ceni. No entanto, os dois últimos jogos apresentaram os mesmos problemas: falta de organização, objetividade e erros individuais.
Diante do Tolima, essas dificuldades ficaram ainda mais evidentes. Sem mudar o esquema de jogo 4-4-2, mas com pequenas alterações no time, como as entradas de Alan Franco, Michel Araújo e Marcos Paulo no time titular, pareceu por alguns instantes que o São Paulo nunca tinha jogado dessa maneira.
Os erros de passes se acumulavam. As chances criadas pareciam ser por um acaso, e não por jogadas trabalhadas. Aos 24 minutos, o Tricolor criou a melhor (e única) oportunidade clara do primeiro tempo, com Michel Araújo, mas a bola desviou no meio do caminho e impediu que o placar fosse aberto. Aos 37 minutos, Caio Paulista até arriscou de fora da área, mas bola foi por cima do gol.
E foi só.
A etapa final começou pior do que a primeira – por incrível que pareça – e foi melhorar somente aos 22 minutos, quando Luciano saiu (após mais um jogo ruim do atacante) e Juan entrou. No primeiro lance do centroavante no jogo, ele teve a chance de marcar na grande área, mas parou no goleiro Vargas.
Com Nestor articulando as jogadas e Wellington Rato mais aberto pela direita, as jogadas começaram a sair com mais facilidade. E neste momento a falta de objetividade apareceu. O São Paulo se mostra uma equipe pouco capaz de facilitar as jogadas e se perde no preciosismo.
Aos 38 minutos, a última chance caiu nos pés justamente de Juan, e ele novamente desperdiçou. O garoto ficou com a bola na marca do pênalti, mas não teve a calma de um veterano e viu sua finalização ser desviada.
Os 90 minutos diante de uma equipe que não vence há sete jogos, sendo cinco derrotas e dois empates, e que não levou nenhum perigo ao gol de Rafael, é preocupante e deixa ainda mais dúvidas sobre a capacidade que esse elenco tem para a temporada.
Mudar o treinador ainda não surtiu qualquer efeito dentro de campo. Fora dele as coisas podem até estar mais tranquilas e em harmonia, mas isso não ganha jogo. Falta mais atenção e entrega de jogadores em muitas ocasiões.
No próximo domingo, às 16h, no Morumbi, Dorival terá talvez o seu adversário mais complicado desde que assumiu o clube. O Internacional, quarto colocado do Brasileirão, com sete pontos ganhos, vem de duas boas vitórias no torneio – Flamengo e Goiás – e é um desafiante que pode tirar o elenco da inercia ou dar um novo fôlego para a evolução.