Uma recente decisão da Justiça de São Paulo gerou repercussão ao condenar Willian Bigode e outros quatro réus a pagar cerca de R$ 4,5 milhões a Mayke e sua esposa, Rayanne de Almeida, como compensação pelo investimento em criptomoedas. O caso envolveu uma indicação da empresa do jogador do Santos, a WLJC Consultoria e Gestão Empresarial, e a Xland Holding Ltda como operadora do aporte.
O valor pleiteado por Mayke e sua esposa era de R$ 4.583.789,31 referentes ao investimento inicial, somados a R$ 3.250.443,30 de rentabilidade prometida. Embora o juiz tenha negado o pagamento total de R$ 7.834.232,61, determinou o ressarcimento do montante investido, acrescido de correção monetária.
Fraude e Anulação do Contrato
O magistrado Christopher Alexander Roisin justificou a decisão baseado na fraude identificada no negócio, o que resultou na anulação do contrato e, por conseguinte, na invalidação da rentabilidade prometida. Ele destacou a falta de cautela por parte das vítimas e ressaltou a conduta inadequada tanto dos investidores quanto da empresa Xland.
Ao deferir pedidos de apreensão de bens dos réus, o juiz determinou o bloqueio de R$ 7,8 milhões das contas de Willian Bigode e suas sócias na WLJC, além de impor penalidades aos envolvidos, incluindo multa por litigância de má-fé.
Decisão e Repercussão
Mesmo diante da alegação dos réus de que se tratavam de "investidores qualificados" e do risco inerente aos criptoativos, o juiz manteve a decisão, amparando-se no Código de Defesa do Consumidor. Ele ressaltou a falta de conhecimento técnico do casal prejudicado sobre o mercado financeiro, afirmando que não eram investidores profissionais.
Além do ressarcimento, os sócios da WLJC foram obrigados a pagar multa e, em caso de recurso, os custos são estabelecidos em R$ 106.080,00. O prazo para cumprimento da sentença é de 15 dias úteis, sob pena de multa e procedimentos de cumprimento forçado.
Desdobramentos e Manifestações
O caso envolvendo Willian e outros réus também impacta o jogador Gustavo Scarpa, que processa os mesmos envolvidos. Após a divulgação da decisão, Scarpa ironizou em suas redes sociais, criticando o uso indevido do nome de Deus para justificar as condutas questionáveis.
Os problemas com a Xland surgiram quando os jogadores do Palmeiras tentaram resgatar os valores investidos, sem sucesso. Diante das negativas e adiamentos, a situação se agravou, resultando em medidas legais e processos judiciais em curso.
Com desdobramentos ainda em andamento, o caso evidencia a importância da cautela e do conhecimento adequado ao realizar investimentos, especialmente no mercado de criptomoedas.