Não foi a goleada que muitos torcedores esperavam diante de um time boliviano, mas o magro placar de 1 a 0 valeu os mesmos três pontos e a liderança isolada do Grupo D da Libertadores. Empurrado por 52 mil vozes no Maracanã, o Fluminense derrubou a invencibilidade do The Strongest em 2023 e engatou a quinta vitória seguida, com 14 gols marcados e apenas dois sofridos (as vítimas anteriores foram Flamengo, Paysandu, América-MG e Sporting Cristal, do Peru).
A grande fase tricolor desta vez não foi expressa pelo placar na noite da última terça-feira, mas sim pela atuação. O Fluminense enfrentou um jogo de ataque contra defesa e encurralou o The Strongest do início ao fim. Foram 70% de posse de bola (chegou a 80% no primeiro tempo) e 24 finalizações contra só duas do adversário. Mesmo assim, o time suou para furar o ferrolho boliviano, que bloqueava ou desviava a maior parte dos chutes.
O Fluminense teve cinco chances reais de gol no jogo: um chute cruzado de Samuel Xavier aos 20 minutos, quando poderia ter cruzado para Cano; um rebote nos pés de Alexsander na área um minuto depois, mas o volante finalizou em cima do goleiro; o gol do Nino de cabeça aos 39; um chute de John Kennedy da entrada da área por cima do travessão com menos de um minuto do segundo tempo; e uma furada de Cano aos 20 da etapa final. O restante foi sem perigo, bloqueado ou impedido.
Mesmo ganhando o jogo desde o fim do primeiro tempo, o Fluminense não abriu mão de seu estilo e continuou em cima para tentar fazer o segundo. Do outro lado, precisando se arriscar mais para buscar o empate, o The Strongest não desmontou a retranca em momento nenhum e apostava suas fichas em contra-ataques. Ainda assim teve duas chances em que poderia ter colocado água no chope tricolor: um cruzamento de Isnaldo que por muito pouco Triverio não alcançou, aos 28 do primeiro tempo; e a bomba de Quiroga que obrigou Fábio a fazer milagre aos nove minutos da etapa final.
Sem Keno e preocupado com os contra-ataques, Diniz mudou a estratégia inicial e optou por começar com Lima no time titular. Ao invés de trocar um atacante por outro e entrar com John Kennedy ou Lelê, que não fazem o mesmo tipo de cobertura defensiva de Keno, o técnico preferiu reforçar e povoar o meio. E Lima cumpriu bem esse papel, jogando tanto de meia no início a depois de volante, após a saída de Marcelo. E defensivamente foi um jogo quase perfeito do Fluminense, contendo quase todos os contragolpes. Foram 23 desarmes tricolores duranteina, às 21h (de Brasília) no Maracanã. Antes, porém, o time vira o foco para o Campeonato Brasileiro e recebe o Athletico-PR no próximo sábado, às 16h, também no Maracanã. Os jogadores ganharam folga nesta quarta-feira e se reapresentam na manhã de quinta no CT Carlos Castilho. os 90 minutos.
Só que o ataque ficou devendo, apesar do time jogar no campo do adversário e errar poucos passes (teve uma incrível precisão de 91% de acerto no jogo). Em um dia pouco inspirado de Cano, e mesmo com as entradas de John Kennedy e Lelê, o Fluminense só conseguiu furar o ferrolho na bola parada, arma que cada vez é mais aproveitada dentro do Dinizismo. Foram dois assim sobre o Sporting Cristal (de Cano e Vitor Mendes), dois em cima do Paysandu (de Nino e Felipe Melo), e mais um agora.
Com o resultado, o Fluminense foi a seis pontos e abriu três de vantagem para o próprio The Strongest na liderança do Grupo D. O Tricolor só volta a campo pela Libertadores agora no dia 2 de maio, contra o River Plate, da Argentina.