O presidente do Athletico, Mario Celso Petraglia revelou que o Grupo City fez uma sondagem para uma eventual venda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF). O mandatário, que completa 79 anos neste sábado, não considerou interessante avançar na negociação.
Nesta semana, o Conselho rubro-negro aprovou e deu mais uma passo para a constituição da SAF. Em 2021, os sócios já tinha dado o ok para a mudança no formato de clube-empresa. A entrada na Liga Forte do Futebol (LFF) também foi aclamada.
Em entrevista, Petraglia disse que a implementação da SAF atrasou e busca um investidor para 2023. O dirigente atleticano até falou que conversou com o Grupo City, que depois acertou a compra da SAF do Bahia por R$ 1 bilhão.
Não é nossa política de participar de grupos que tenham vários times. Fomos sondados pelo Grupo City, mas declinamos. Queremos ser o primeiro do projeto. Pretendemos ter a participação minoritária, sem a gestão do clube, com mais foco na base.
— Petraglia, ao Furacão Live
O City Football Group, comprado pelo Sheikh Mansour bin Zayed Al Nahyan, sheik e político dos Emirados Árabes Unidos, é uma das maiores franquias do futebol mundial e está presente em diversos países.
No momento, o grupo tem 12 clubes envolvidos: Manchester City (Inglaterra), New York City (Estados Unidos), Melbourne City (Austrália), Yokohama F. Marinos (Japão), Montevideo City Torque (Uruguai), Girona FC (Espanha), Sichuan Jiuniu (China), Mumbai City FC (Indía), Lommel SK (Bélgica), ES Troyes AC (França), Bolívar (Bolívia) e Bahia (Brasil).
Os fundos vêm comprar dívidas no futebol brasileiro. Sabíamos que os clubes dariam volta nos credores com a SAF para salvar a indústria. Vários clubes estavam inviáveis. O Athletico não foi beneficiado por não ter dívida e acaba sendo um investimento alto por não ter o que reduzir no valor. Estamos buscando e queremos ver se concluímos esse ano.
— Petraglia
O exemplo de modelo apresentado pelo Petraglia para sócios e Conselho prevê a criação da CAP SAF com uma ação de propriedade Classe A e 100% de ações Classe B. Ainda assim, a diretoria atleticana estuda qual a melhor alternativa para o mercado.
A Classe A representa o chamado “Golden Share”, que dá direito à FUNCAP de veto nas futuras decisões do clube. A entidade poderia vetar mudanças radicais no clube, como mudança de cidade, das cores, símbolos, entre outros. Já as ações da Classe B seriam divididas 50% entre o Athletico e 50% entre os investidores.
À época, o presidente afirmou que o Furacão se transformaria na empresa de futebol mais valorizada do país. Ele ainda disse que o clube vai rivalizar com River Plate, Boca Juniors e Flamengo - o time rubro-negro foi vice da Libertadores no ano passado e em 2005.
Petraglia, por exemplo, vê as vendas de Botafogo, Cruzeiro e Vasco como "preços de um jogador". As quantias do trio variam de R$ 400 a R$ 700 milhões.
É um passo definitivo, batemos no teto de faturamento. Tem uma injustiça muito grande na divisão de receitas televisivas e o caminho foi nos transformar em SAF.
— Petraglia