Dos R$ 700 milhões que a 777 Partners terá de investir no futebol do Vasco até 2025, referentes à compra de 70% dos ativos da Sociedade Anônima de Futebol, 15% (cerca de R$ 108 milhões) já foram gastos com a contratação de reforços. A vinda do goleiro Léo Jardim fez com que a parte do bolo direcionada para a aquisição de direitos econômicos chegasse aos três dígitos.
O cálculo leva em consideração o dinheiro investido na aquisição do chileno Carlos Palacios, tirado dos R$ 70 milhões do empréstimo ponte que o grupo americano fez ao cruz-maltino em março do ano passado. O meia, atualmente emprestado ao Colo-Colo (CHI), custou cerca de 1,5 milhão de euros — R$ 8,3 milhões, na cotação atual. Outra aquisição já com a 777, anterior à atual janela, foi a de Eguinaldo, por cerca de R$ 600 mil.
Nas negociações com o clube associativo, a 777 Partners estabeleceu o investimento dos R$ 700 milhões de forma parcelada, de 2022 até 2025. Entretanto, a empresa tem autonomia para antecipar a entrada de recursos, caso considere necessário.
A tendência é que essa parcela destinada à compra de direitos econômicos seja maior, logo no primeiro ano de SAF. O Vasco segue no mercado atrás de reforços e tem privilegiado aquisições em definitivo. Manuel Capasso, zagueiro argentino que atua no Atlético Tucumán, é um alvo e terá de ser comprado, caso o cruz-maltino queira um final feliz nas tratativas. Inicialmente, o Vasco sinalizou com uma transferência por empréstimo, o que foi rechaçado pelos dirigentes do Tucumán.
Caso continue contratando na atual janela de transferências, o cruz-maltino pode se tornar o time brasileiro com mais investimentos feitos de olho na temporada 2023. Atualmente, ele é o segundo que mais gastou, atrás apenas do Flamengo — R$ 122 milhões contra R$ 99 milhões.
O dinheiro gasto com a aquisição de direitos econômicos não sai imediatamente do caixa da SAF, uma vez que alguns negócios foram fechados de forma parcelada. Com longo histórico de dificuldades para gerar receitas suficientes para quitar seus gastos de curto prazo, parte desses aportes da 777 Partners estão custeando também o pagamento de salários e direitos de imagem, além de fornecedores.
Ano passado, além dos R$ 70 milhões aportados em forma de empréstimo, a SAF recebeu capital na casa dos R$ 120 milhões depois que foi devidamente constituída e seus ativos foram transferidos para a 777 Partners. Na ocasião, parte dele serviu para a regularização do pagamento da folha salarial da SAF. Além disso, existiu a promessa de parte desse primeiro aporte custear melhorias na infraestrutura de trabalho do departamento de futebol e premiações.