Futebol em Foco

Brasil se fortalece rumo a novo duelo contra Japão no Mundial

Após segunda fase perfeita, seleção põe evolução à prova diante de único algoz na competição
Foto: BSR Agency/Getty ImagesBrasil vai em busca do primeiro título mundial
Brasil vai em busca do primeiro título mundial

O caminho foi cumprido à perfeição. Diante de rivais complicados, o Brasil mostrou evolução e deu provas de que está firme na briga pelo inédito título do Mundial. Agora, porém, o campeonato recomeça. Na próxima terça-feira, a seleção põe a campanha à prova justamente diante de seu único algoz. Nas quartas de final, em Apeldoorn, na Holanda, a equipe reencontra o Japão, que impôs a derrota solitária ao time de José Roberto Guimarães, ainda na primeira fase da competição.

O Brasil encara o Japão pelas quartas de final do Mundial na próxima terça-feira, às 15h (horário de Brasília). O sportv2 transmite ao vivo, e o ge acompanha tudo em tempo real.

O primeiro duelo entre Brasil e Japão no Mundial pode ser lembrado de duas formas. Foi, disparada, a pior atuação da equipe brasileira na competição. Também, no entanto, marcou a mudança de postura do time. A partir dali, a seleção evoluiu e enfileirou vitórias contra rivais importantes.

A segunda fase indicava problemas. Ainda que a boa vitória sobre a China na última partida da primeira fase mostrasse força, o Brasil tinha novos rivais complicados pela frente. O triunfo sobre a Itália, porém, deu um gás ainda maior. Ao bater a grande favorita ao título, a seleção se banhou de confiança.

A seleção, de fato, cresceu. A derrota para o Japão não causou prejuízo tão grande na tabela, mas assustou. Após a partida, o grupo mudou de postura. A resposta imediata foi contra a China, mas se estendeu para a segunda fase. Diante da Itália, a seleção não se intimidou e mostrou a tônica de seu caminho no Mundial. As italianas, aliás, podem cruzar novamente o caminho brasileiro na semifinal.

O sistema de Zé Roberto é bem definido. Gabi, claro, surge como destaque absoluto. Jogadora mais completa do cenário mundial, a ponteira dá segurança no fundo de quadra e poder ofensivo. É a síntese perfeita do modelo pensado pelo técnico, com volume de jogo em todos os setores. Ela, porém, vai além. Capitã, exerce uma liderança absoluta no time sem se exceder em momento algum. Nos treinos, nos jogos, nas conversas: Gabi é a referência natural do grupo. Sempre com o sorriso no rosto.

Ela, no entanto, se cerca de outros destaques que dão volume de jogo ao time pensado pelo técnico. O modelo de jogo é treinado à exaustão desde o período em Saquarema. Mas, agora, parece em seu melhor momento. A seleção tem volume e uma postura incansável. Ao acertar a mão no saque, facilita a relação entre bloqueio-defesa e dá gás para que o time consiga fazer frente contra qualquer rival. Em alguns momentos, porém, falta uma maior regularidade no saque, ainda instável. É o ponto de maior atenção.

Gabi é o maior destaque do Brasil até aqui — Foto: Divulgação FIVB

Mas os números apontam uma seleção firme. Na segunda fase, foram quatro vitórias em quatro jogos. Em todas as partidas, a seleção apostou em um saque firme. Carol, destaque absoluto no bloqueio, dá ainda mais força ao time. A central lidera as estatísticas com impressionantes 44 pontos no fundamento até aqui. E isso mesmo tendo ficado um jogo fora – justamente contra o Japão. Para se ter uma ideia, a segunda colocada é Anna Danesi, com 32 pontos, bem longe da brasileira.

O Brasil soube se reinventar pelo caminho até aqui. Tainara entrou no time no momento mais difícil, na derrota para o Japão. E não saiu mais. Ainda tem lastro para evoluir, mas deu força ao time no ataque. Além disso, também se destaca pelo saque viagem. Ao forçar a mão no serviço, mas com precisão, tem desmontado os passes rivais e facilitado a vida do bloqueio brasileiro.

Carol Gattaz, que voltou à seleção pouco antes do Mundial, também é uma bola de segurança, assim como Pri Daroit, líder nas recepções. Natinha, que ganhou a vaga de Nyeme também durante o Mundial, mostra equilíbrio mesmo nos jogos mais difíceis. E, claro, tudo com o toque de maestria de Macris. A levantadora tem conseguido ditar o ritmo da equipe à mesma medida que evolui na defesa.

O bom desempenho na segunda fase dá gás às intenções do time. A partir de agora, porém, o campeonato muda. Um novo tropeço contra o Japão significaria o adeus do time ao sonho do título. O maior ponto de atenção é na velocidade do jogo das rivais. As japonesas não têm um destaque absoluto, mas, assim como o Brasil, se fortalecem no volume de jogo.

Se vencer, o Brasil terá um reencontro contra Itália, favorita, ou China, que duelam na outra chave das quartas de final. É preciso, porém, seguir passo a passo. E provar, em quadra, que aquela queda para o Japão foi, de fato, um tropeço.